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1 Fofoca vale mais que mil verdades?

“Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo” disse o psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939). FOFOCA! Chega os pelos do braço arrepiarem só de ouvir essa palavra. Quem aqui não gosta de saber da vida alheia? Os sucessos dos grandes reality shows e políticos estão aí pra mostrar que é um comportamento típico do ser humano, para sobrevivência e bem estar da grande maioria. 

Afinal, o que é a fofoca? É uma ferramenta social, usada para discutir o dia a dia cotidiano das pessoas. A fofoca em sua maioria é tóxica e desrespeitosa, pois não há autorização de quem está envolvido para passar a informação adiante. E mais: normalmente essa informação sequer corresponde à realidade. Sabe aquele ditado ‘quem conta um conto, aumenta um ponto’? Pois é, o que se prolifera, sofre alterações e chega aos ouvidos alheios de forma distorcida. Muitas vezes, no entanto, essas informações falsas são espalhadas com o objetivo específico de causar mal a alguém ou a algum grupo, ou com o total intuito de promover uma ideia, e, quando ela é lançada, podemos dizer que foi criada uma desinformação ou, como conhecemos, uma fake news

O conceito de fake news pode ser recente mas existe há séculos, principalmente na política: evidências mostram que o uso dessa estratégia pode ter ajudado a levar imperadores romanos ao poder por meio de mensagens falsas escritas em moedas. O que difere é a forma de divulgação, o alcance digital de uma fofoca, ou melhor, de uma fake news é muito maior. Além disso, podemos considerar outros fatores: cognitivos, sociais e afetivos. Eles também influenciam no processo de acreditar ou não em uma fofoca. O movimento de decidir se uma pessoa acredita ou não na desinformação é geralmente o mesmo que estabelecer crenças verdadeiras: ao decidir se é ou não uma informação falsa, as pessoas são mais sensíveis à influência desses outros fatores. Depende muito mais do instinto do que de uma análise.

Conclusões instintivas podem surgir naturalmente quando tomamos decisões imediatas. Caímos nos atalhos cerebrais para entender e classificar o que está acontecendo ao nosso redor. Exemplo disso é o efeito ilusório da verdade, através da repetição, onde repetir uma informação pode parecer um pouco mais autêntico do que dizê-la uma vez, dessa forma nosso cérebro age por familiarmente, aí a informação parece mais real.

Outro ponto é o quão a informação condiz com o que a pessoa crê: as pessoas geralmente acreditam mais em informações que vêm de seu próprio grupo social e tendem a prestar menos atenção e até mesmo a rejeitar as de outros grupos. 

Agora falando do principal e mais poderoso fator: a emoção. Acreditar ou não na informação depende das emoções que ela transmite ou de como nos sentimos ao acessá-la. Isso é visto ao transmitir mensagens indutoras de medo, pois aqueles que recebem essas informações podem concordar apressadamente em agir de maneira a evitar se prejudicar. Por exemplo, o movimento antivacinação usa mensagens assustadoras para exortar as pessoas a evitar a vacinação. O envolvimento emocional com um tema complexo afeta a capacidade de raciocínio e pode levar ao domínio das crenças pessoais sobre a ciência ao estabelecer que os dados científicos dependem do julgamento individual. Além disso, as emoções também podem ser bastante persuasivas, distraindo o destinatário da mensagem da possibilidade de  um diagnóstico mais preciso ou levantando dúvidas sobre a autenticidade do conteúdo. Portanto, encorajar as pessoas a confiar em seus sentimentos como forma de julgamento pode torná-las mais suscetíveis à desinformação. Estudos apontam que estratégias desse tipo aplicadas em posts políticos no Twitter, as chances de retweet aumentam em 20%.

O impacto que essas mensagens carregam, entendemos que mesmo sem fonte e com baixa autenticidade, se espalha de forma rápida e fácil porque responde às necessidades psicológicas das pessoas. Os danos causados ​​pela desinformação podem ser irreparáveis, por isso devem ser estabelecidas estratégias de contra-ataque individuais e coletivas, adaptadas ao impacto de cada desinformação para garantir que as pessoas tenham acesso à informação de qualidade e que possam pensar e agir criticamente sobre o que recebem diariamente.

Referência: ​​https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-37852352

Referência: https://rockcontent.com/br/blog/fake-news/

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